Uma história de “caça ao tesouro” acabou em morte na cidade de Ipatinga, no Vale do Rio Doce, na noite de quinta-feira (4). Um idoso de 71 anos não resistiu aos ferimentos ao cair de um buraco de 40 metros de profundidade, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
A escavação na área de serviço da casa da vítima, no bairro Betânia, começou depois que João Pimenta da Silva teve um sonho, uma revelação de que haveria ouro debaixo da casa dele. Depois disso, ele iniciou a jornada cavando um círculo no chão de aproximadamente 90 centímetros de diâmetro e 40 metros de profundidade. A escavação já durava seis meses.
A informação da busca pelo tesouro foi repassada ao Corpo de Bombeiros por testemunhas. Ao sair do buraco, João se desequilibrou em uma estrutura de madeira na parte de cima da escavação. Os bombeiros informaram que o idoso foi retirado sem vida com politraumatismo, fraturas expostas nas duas pernas, fratura no quadril, laceração do abdômen e tronco e traumatismo craniano grave.
A perícia compareceu ao local e o corpo foi liberado para uma funerária.
Um vizinho de João Pimenta da Silva, homem de 71 anos que morreu após se desequilibrar e cair em um buraco de 40 metros de profundidade cavado na própria casa, na última quinta-feira (4/1), contou que estava com a vítima no momento do acidente e tentou segurá-lo na queda, mas não teve força.
João cavou um buraco de 90 centímetros de diâmetros e 40 metros de profundidade em sua casa, no município de Ipatinga, em Minas Gerais, após sonhar que havia ouro embaixo da residência. Segundo informações repassadas por vizinhos, o homem teria ficado obcecado com o “sonho profético” e gastado tudo o que tinha.
Em entrevista, o amigo Antônio Wilson da Costa relatou que recebeu um pedido de ajuda de João Pimenta para tirar água do buraco, que batia “mais ou menos na altura da cintura”. No momento, chovia muito e ele tentou convencer o amigo a desistir da empreitada.
“Descemos a bomba e retiramos dois baldes de 18 litros. Ele resolveu retirar a bomba para guardar. Eu falei com ele para deixar para lá porque tava chovendo, parecia que alguma coisa tava tentando me fazer impedir ele. Ai montamos o elevador de novo e ele desceu até a metade do poço, depois ele resolveu voltar”, contou.
“Quando chegou no topo, o balanço começou a escorregar e ele ficou preso na corda pelo braço. Eu tentei segurar ele, sozinho, não tinha como pedir socorro. Mas, se eu continuasse segurando, eu ia junto. Eu só escutei o barulho.”
Em seguida, Antônio conta que correu em busca de ajuda. O Corpo de Bombeiros chegou para fazer o resgate, mas João já havia morrido.
Segundo o relato do vizinho, João começou a escavação há seis meses, e ofereceu a ele R$ 250 por dia de serviço. Os dois usavam máquinas e até oxigênio nos trabalhos.
📸 CBMMG/divulgação
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